domingo, 4 de outubro de 2015

Amor não correspondido

Faz mais de um mês que estou cuidando dos meus pais. Meu pai ficou internado 20 dias no hospital com infecção urinária e depois ficou com pneumonia. Ele tem 93 anos, bem vividos e está lúcido.
A personalidade dele é forte, sempre foi independente e teimoso e está difícil para ele aceitar que não consegue mais andar sem andador.Na sexta-feira caiu e bateu a cabeça e teve que ir para o PS, graças a Deus não quebrou nada. Foi teimoso de querer ir ao banheiro sozinho, mesmo usando fralda.
A minha mãe com 85 anos, está com esclerose, perda de memória, não lembra  de mim, acha que sou a irmã dela, esquece de tomar os remédios, esquece que tomou o café da tarde, esquece que mora com o meu irmão. Ela faz umas perguntas sem sentido.
Eu aprendi com o Eduardo a ter paciência com as birras e teimosias, só que ele não tem consciência e não responde mal criado, como o meu pai. Chego a conclusão que é mais fácil cuidar do Eduardo.
O Eduardo não sentiu a minha falta, fui no final de semana e ele estava tranquilo, se tiver alguém para dar a comida de 3 em 3 horas, para ele está bom. Por um lado isto é bom, porque fico tranquila para cuidar dos meus pais. Por outro lado, fico triste por  ele não sentir a minha falta como eu sinto dele.
Isto é ser mãe de especial, dedicar-se em tempo integral nos cuidados para que o filho tenha qualidade de vida, fique confortável e feliz, mesmo que ele não corresponda a esse amor.