sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Eduardo vai a escola de surdo-cego

Escola
Com quase quatro anos, Eduardo freqüentou uma escola para surdo-cego, ficou quase dois anos lá. Por duas vezes ele tentou fugir da escola, uma vez subiu no telhado da escola e o professor de E.Física teve que ir atrás dele, na outra o Edu foi saindo pela porta da frente da escola e indo embora, para onde só Deus sabe. Eu estava esperando ele sair e consegui impedir a fuga.
Um dia a Diretora me chamou e disse que a escola não tinha mais o que ensinar ao meu filho, por que ele já tinha sido trabalhado em casa e que na fisioterapia ele estava bem, era independente na locomoção. A T.O disse que ele tinha adquirido a habilidade de motor fino em casa, conseguia pegar coisas pequenas, virar página de revista. O meu filho já veio pronto para a escola e as únicas coisas que ele não conseguia era aprender a linguagem dos sinais e comer comida sólida. A escola não podia fazer mais nada por ele. Foi dispensado.
Levei o Eduardo a um neuropediatra para uma avaliação e o médico foi muito claro, o meu filho nunca iria aprender nada, as deficiências eram severas e não havia nenhuma escola para ele, seria bom interná-lo. Foi um choque, não quis aceitar esse diagnóstico, procurei escolas especiais e nenhuma era indicada para o Eduardo.
Esse fato me deixou muito triste e apavorada, como cuidar de uma criança surdo-cego, deficiente mental severo e ainda agitado? Não havia na época muita informação sobre como cuidar dessas crianças tão comprometidas neurologicamente.
A saída que encontrei foi buscar ajuda no exterior, mandei cartas para EUA e Suécia, contando sobre o Eduardo e eles me mandavam material de como ensiná-lo. A dificuldade era que o meu filho não aprendia os sinais, e a comunicação era baseada por tentativas e erros, até descobrir o que ele queria. Com a convivência fui aprendendo a lidar com ele.